Já diz o famigerado jingle: “É ano do Brasil na França...” E agora vendo o que vai ser mostrado fico me lamentando. Continuamos passando a imagem de república de bananas. Observando as "atrações", o Brasil passa uma imagem extremamente preconceituosa consigo mesmo, mostramos apenas o Brasil folclórico, nordestino, festeiro, o glamour tropical.
Esquecemos o Brasil melancólico, o Brasil urbano, o Brasil colonizado pelo europeu, o Brasil que é frio, o sul e sudeste do país foram simplesmente excluídos dos “festejos”, enfim o padrão “Brazil” continua a prevalecer.
Esquecemos o Brasil melancólico, o Brasil urbano, o Brasil colonizado pelo europeu, o Brasil que é frio, o sul e sudeste do país foram simplesmente excluídos dos “festejos”, enfim o padrão “Brazil” continua a prevalecer.
Continuamos querendo que os colonizadores nos vejam apenas como um lugar para tirar férias. Não estou renegando os exemplos de cultura acima, mas sei que somo mais que isso. Adoro, Ariano Suassuna, maracatu, bumba meu boi, congada, bobó de camarão, feijoada, futebol e sim eu gosto de samba, acho o carnaval do Rio um negócio lindo. Mas eu também gosto do teatro com influência Anglo Saxões de Felipe Hirsh, gosto de textos urbanos como os de Rubem Fonseca, nossos épicos sulistas foram magistralmente escritos por Érico Veríssimo, temos viola caipira de São Paulo e do Mato Grosso, fandangos do sul, comemos também culinária japonesa, existem excelentes bistrôs em São Paulo que produzem pratos deliciosos onde culinária européia adaptados aos ingredientes nacionais, criando assim um amalgáma da nova cozinha. Não produzimos somente cachaça, temos vinhos de padrão internacional. Enfim, não somo uma nação de índios, infelizmente matamos grande parte deles, mas temos muito mais a mostrar do que apenas o nordeste.
Continuamos com o complexo de vira lata a que Nelson Rodrigues se referia. O que eu quero falar é que você pode gostar de maracatu, e Gaúcho da Fronteira. Ler Suassuna sem entrar em conflito com Fonseca. Não precisamos criar uma xenofobia interna, mas temos que mostrar que somos mais que índios, negros e portugueses degredados. Somos brasileiros, com uma cultura própria e única, que é uma fusão de ritimos, cheiros, cores e sons. E não apenas como um espetáculo para francês ver. Somos samba e futebol? Somos, mas também tem jazz, rock, irish folk, somos um povo sem padrão, por favor não nos deixem mais esteriotipados do que já somos. Quem teve oportunidade de conversar com um estrangeiro ou saiu do Brasil sabe o que digo e como é difícil desfazer esta imagem.
Dica do Português:
Hoje a dica é de cinema, vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes 2004, esse filme sul-coreano Old Boy mostra a sufocante trajetória de um homem que é mantido em cativeiro por quinze anos sem nenhuma explicação. Depois de libertado, ele tem cinco dias para se vingar, uma vingança raras vezes vista no cinema. Filme brutal, uma boa para quem esta cansado de fantasia é quer começar a entender o pior lado do ser humano. Não recomendado para quem discute como se fosse realidade Star Wars, Senhor dos Anéis, e extremamente desaconselhável para quem assistiu Harry Porter.
Abraços do português,
Servimos bem para servir sempre, pão quentinho de hora em hora.
E-mail: lgorgueira@hotmail.com
Continuamos com o complexo de vira lata a que Nelson Rodrigues se referia. O que eu quero falar é que você pode gostar de maracatu, e Gaúcho da Fronteira. Ler Suassuna sem entrar em conflito com Fonseca. Não precisamos criar uma xenofobia interna, mas temos que mostrar que somos mais que índios, negros e portugueses degredados. Somos brasileiros, com uma cultura própria e única, que é uma fusão de ritimos, cheiros, cores e sons. E não apenas como um espetáculo para francês ver. Somos samba e futebol? Somos, mas também tem jazz, rock, irish folk, somos um povo sem padrão, por favor não nos deixem mais esteriotipados do que já somos. Quem teve oportunidade de conversar com um estrangeiro ou saiu do Brasil sabe o que digo e como é difícil desfazer esta imagem.
Dica do Português:
Hoje a dica é de cinema, vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes 2004, esse filme sul-coreano Old Boy mostra a sufocante trajetória de um homem que é mantido em cativeiro por quinze anos sem nenhuma explicação. Depois de libertado, ele tem cinco dias para se vingar, uma vingança raras vezes vista no cinema. Filme brutal, uma boa para quem esta cansado de fantasia é quer começar a entender o pior lado do ser humano. Não recomendado para quem discute como se fosse realidade Star Wars, Senhor dos Anéis, e extremamente desaconselhável para quem assistiu Harry Porter.
Abraços do português,
Servimos bem para servir sempre, pão quentinho de hora em hora.
E-mail: lgorgueira@hotmail.com
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