Devido o descaso do governo brasileiro e da FUNAI com o Povo Indígena do Brasil, resolvi tomar a liberdade de entrar com o pedido de separação dos dois. Então segue-o:
Ao Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito
Ao Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito
Da 4ª vara de família
O Senhor Povo Indígena do Brasil e a Senhora Republica Federativa do Brasil, ambos Brasileiros, casados, ele residente do Oiapoque ao Chuí, Latitude Sul da América do Sul, e ela, residente na Quadra 702/902 Projeção A, Ed. Lex 70.390-025 - Brasília/DF, vem requerer a V. Exa. Que se digne a deferir seu divórcio litigioso (incompatibilidade de gênios e interesses conflitantes) observadas as formalidades legais nos termos que se seguem:
1- Os suplicantes são casados há 49 anos, pelo regime de exceção de bens, conforme certidão de casamento lavrada em 5 de dezembro de 1957.
2- O casal possui 345 mil filhos, espalhados em 206 povos (ou etnias), concentrados, em sua maioria - 70% do total -, numa parcela da Amazônia que engloba seis Estados: Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Pará. Além disso, a Republica Federativa do Brasil, através de seu representante legal, a Funai (Fundação Nacional do Índio) também registra a existência de 40 povos isolados na Amazônia Ocidental. Os números apresentados a V. Exa. são baseados nos últimos levantamentos feitos.
3- Os 345 mil filhos reconhecidos e por ventura os que venham a ser reconhecidos pelo casal ficarão sob a guarda do pai, Senhor Povo Indígena do Brasil, ficando impedido a partir desta data, a mãe Senhora Republica Federativa do Brasil, diante do descaso para com filhos, negação de existência e reconhecimentos de cidadania que foram dispensados aos filhos nestes 49 anos de casamento, proibida de visitar as crianças, inclusive em finais de semana e férias escolares.
4- O suplicante abre mão do seu direito de pensão alimentícia, por dispor de meios próprios de subsistência, como proprietário legal de milhões de quilometro quadrados.
5- Para manutenção dos filhos, o pai e a mãe concordam em fornecer-lhes uma pensão equivalente ao salário somados do presidente e vice-presidente da republica, senadores, deputados federais, deputados estaduais, governadores, prefeitos e vereadores. A soma destes valores multiplique-se por 345 mil para chegar ao valor da pensão.
6- O suplicante continuará usando se nome de solteiro, ou seja, Povo Indígena do Brasil.
7- Os suplicantes possuem um bem em comum, que é justamente o território que se subentenda-se como o país conhecido como Brasil, onde o Senhor Povo Indígena do Brasil solicita a parte que lhe é de direito.
8- Homologado o presente pedido de divórcio, os suplicantes requerem que seja determinada a expedição de oficio para averbação do mesmo no Registro Civil, bem como o fornecimento de certidão em duas vias.
Pede o deferimento,
São Paulo, 19 de Abril de 2006,
Léo Pinheiro
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Pelo Senhor Povo Indígena do Brasil
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Senhora Republica Federativa do Brasil
Dica do Português:
Almanaque do Sertão: História de Visitantes, Sertanejos e Índios - Cláudio Villas Bôas e Orlando Villas Bôas
Aproveitando o dia, vou sugerir uma dica de leitura dos dois maiores sertanistas do Brasil. Que antes de tudo aceitavam e conviviam perfeitamente com a população indígena em suas andanças pelo sertão brasileiro. Tanto que em Julho de 2003, os índios do Xingu realizaram, em homenagem a Orlando Villas Bôas, aquele que eles mesmos consideraram o maior Kuarup ("festa em homenagem a mortos ilustres") de todos os tempos, que pode ter reunido de 1500 a 2000 pessoas.
O livro na realidade são fragmentos de histórias acontecidas no Brasil-sertão. Os personagens são visitantes, sertanejos e índios que com quem os irmãos Villas Boas conviveram em suas andanças pelo Brasill.
Servimos bem para servir sempre!Pão quentinho de hora em hora!
E-mail: lgorgueira@hotmail.com
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4 comentários:
Muito legal!!!!!!!!!!!!!!!!!
Teresa
Oi!
Ah, léo suas "dicas" estão muito "Cults" ultimamente...uahhuahuahu
Beijos moço!
Desencanou?
Ou está muito ocupado, Léo?
Abraço, querido.
Acredito que não exista inteligência sem uma dose de humor. E nessa área, você é perito.
Parabéns! E parabéns pela matéria de A Página também.
Abraço!
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