Dia 23 tem o controvertido plebiscito. “Vamos” dizer se queremos que o direito ao posse de arma. Mas antes disso, vou, sem nenhuma intenção de convencimento, colocar alguns dados sobre o plebiscito, já que os 760 minutos gratuitos no rádio e número igual na TV não foram suficientes para dissipar algumas duvidas ou mesmo levantar questionamentos, portanto, aqui vai minha provocação para ambas as frentes:
* Segundo o TSE, serão gastos 500 milhões de reais, sendo que 248 milhões de reais apenas para a apuraçãoesta eleição. Resumindo os números, este valor corresponde a 88% do orçamento da Polícia Federal para o ano de 2005 ou 52% do que seria destinado a combalida Segurança Pública.
* Segundo o TSE, serão gastos 500 milhões de reais, sendo que 248 milhões de reais apenas para a apuraçãoesta eleição. Resumindo os números, este valor corresponde a 88% do orçamento da Polícia Federal para o ano de 2005 ou 52% do que seria destinado a combalida Segurança Pública.
* O Deputado federal Josias Quintal, é o tesoureiro responsável pela campanha da corrente do “não”. Ocorre que não foram divulgados números referentes à arrecadação da campanha, e para uma frente que começou com apenas 30% da intenção de voto do eleitorado, a menos de uma semana da eleição ter conseguido transformar esta desvantagem em vitória é algo para se pensar. Uma vez que a pesquisa IBOPE divulgada em 15/10 dá ao “não” a vitória em 23/10 proximo por 49% da intenção de votos contra 45% da frente do “sim”. Por que desta não divulgação? Seria por que o material de campanha (programas de TV, rádio e planfetagem em geral) estariam sendo mantidos com dinheiro da industria bélica?
* O simples fato da vigência do estatuto do desarmamento em vigor desde dezembro de 2003, somado à campanha pelo desarmamento, já conseguiu um feito, comemorado pelos dois lados: pela primeira vez desde 1992, caiu o número de mortes por arma de fogo. De 2003 a 2004, nada menos do que 3.234 vidas deixaram de ser ceifadas a bala.
* Dados do hospital Souza Aguiar no Rio de Janeiro, o maior especialista em ferimentos a bala da América Latina: De 1982 à 1992 deram entrada na rede hospitalar do Rio de Janeiro em média 3200 pessoas feridas por armas de fogo na cidade. A partir de 1992 este numero começou a cair. As armas ou a violência diminuíram? Pelo contrario. Aumentou o poderio destas, tornando impossível e impraticável os primeiros socorros nas vitimas. Não é se desarmando apenas a população civil que se resolverá o problema da violência.
* Aos que votam no “não” com base no argumento de que o desarmamento é historicamente um dos pilares do totalitarismo, não só tentam vincular de forma errônea a campanha pelo desarmamento à agenda do PT, (lembrando que o movimento nasceu na sociedade civil e tomou vulto no governo FHC), como ecoa a ladainha alarmista de uma direita truculenta.
* Em sua edição de numero 1925 de 05 de outubro a Veja enumera sete argumentos para votar no “não”. A revista teve coragem de tomar sua decisão. Isto é valido? Imprensa imparcial não existe. Nunca existiu. Nem vai existir. Mas imprensa marrom existe. Lobby sujo da Veja que sem argumentos mais plausíveis, achou apenas sete, e não é capaz de dar um único argumento a favor do sim. Veja, que se ufana em apontar o dedo para repórteres que recebem iPods de gravadoras, poderia ter sido mais generosa com seu leitor ao explicar sua opção pelo "não". Para não deixar dúvidas no ar, por que a revista não contou ao seu leitor também que a empresa à qual pertence paga aluguel de cerca R$ 1 milhão à família Birmann, da construtora homônima, que vem a ser proprietária do prédio que serve de sede da Editora Abril e também, veja só, da CBC, a Companhia Brasileira de Cartuchos? Lobby ou uma infeliz coincidência?
* Em paises como Canadá, Japão e Austrália a venda de armas foi proibida. O número de homicídios caiu para menos de 3 por grupo de 100 mil habitantes. Em compensação em paises como Colômbia e Nigéria este numero é de mais 33 homicídios por grupo de 100 mil habitantes. Perceba que não é o desarmamento o fator que aumenta ou diminui a violência na sociedade. E sim a condição social que esta sociedade vive. Em tempo hoje no Brasil temos uma media de 27 homicídios em cada grupo de 100 mil habitantes.
* Um referendo que pergunte ao cidadão se ele quer ter direitos básicos suprimidos não deveria ser proposto jamais ao cidadão. É inconstitucional no mínimo.
Cabe a vocês agora decidirem o que vão fazer no próximo dia 23. Em repudio a tudo isso, por não aceitar nenhum dos argumentos de nenhuma das frentes, por se tratarem de argumentos hipócritas, e manipuláveis, vou anular meu voto. Quem quiser parar e pensar que me acompanhe.
Dica do português:
FERNANDA ABREU ACÚSTICO
Cabe a vocês agora decidirem o que vão fazer no próximo dia 23. Em repudio a tudo isso, por não aceitar nenhum dos argumentos de nenhuma das frentes, por se tratarem de argumentos hipócritas, e manipuláveis, vou anular meu voto. Quem quiser parar e pensar que me acompanhe.
Dica do português:
FERNANDA ABREU ACÚSTICO
A cantora apresenta releituras de seus sucessos e músicas de compositores como Caetano e Chico Buarque em versão acústica, acompanhada de quarteto. Vale a pena para ir, e comprovar o talento da carioca vanguardista do Rio de Janeiro. Quem tiver sem grana para o TIM Festival (é muito caro) vale a dica de um final de semana tão legal quanto.
Onde? SESC Vila Mariana
Endereço: Rua Pelotas, 141 Vila Mariana, São Paulo, SP
Quando? Dia 21/10, 22/10, 23/10 Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 18h
Quanto? $ 30,00; R$ 20,00 (usuário matriculado e dependentes). R$ 10,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes). R$ 15,00 (+ 60 anos, estudandtes com carteirinha da UNE, UMES OU UBES).
Abraços do português,
Abraços do português,
Servimos bem para servir sempre, pão quentinho de hora em hora.
E-mail: lgorgueira@hotmail.com
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6 comentários:
Ola Lêo,
recebi sua posição no meu email, gostei dos argumentos, mas sou uma pessoa que dificilmente muda, depois que aceita uma posição, vou votar Não, os argumentos vc já deve saber, mas não votaria nulo pq, quero fazer meu papel na sociedade bom ou mal vou contribuir de algum lado, não gosto de ser imparcial e se tem que dizer sim ou não para alguma coisa, eu leio e decido!!!Pensamento meu: mesmo que seja poucos na luta, eu serei mais um para aumentar essa vitoria!!!
Abraços
Ótimo, ótimo, gostei dos argumentos, mas ainda assim vou votar Não, mas uma coisa é boa para se refletir, quando é mencionado a revista veja, é bem clara essa pendência da imprensa, sei de toda essa sujeirada e jogo de interesses que estão por trás de cada lado do referendo, mas tenho motivos particulares que não são influenciados pela exposição deles, aliás eu não seria nem louca.
Hum...
Vou votar SIM!
E agora o resultado por aqui tá 2 a 1...
bjos
3 a 1!!!
O referendo é sobre a proibição da venda Legal de armas e não sobre o desarmamento, e o bandido não compra armas legalmente.
Distorção da idéia...
O cidadão já tem o direito de comprar armas legalmente, isso é cassação do direito!!!
Votarei não!!!
Grande Léo! Sempre atingindo o alvo em suas letras.
Aproveitando, acabei de atualizar meu blog com um clipping de algumas matérias sobre o assunto, tentando ser o menos tendencioso possível. Está em:
www.refletindo.blog-se.com.br.
A minha posição e voto está em:
www.refletindo.net
Eu também vou continuar com meu voto de sim. não que eu seja uma pedra e mantenha sempre a mesma posição...
Mesmo que não mude nada, anular o voto vai mudar menos ainda...
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