Sabem aquela idéia do boi, que fica confinado para engordar? Pois, é a aplicação do conceito “pinkfloydiano” The Wall na educação brasileira esta... digamos assim, “engordando”. Hoje pela manhã eu vinha terminando de ler o especial que saiu na semana passada sobre os dezesseis melhores colégios de São Paulo. E vamos jogar ele hoje no balcão para degustarmos:
Apenas três deles são públicos, e cada pagina que lia ia surgindo um pesadelo na minha frente, as instituições são verdadeiras linhas de montagem. Aparentemente o ensino, o pensamento livre, e outros “conceitos utópicos” foram deixados de lado, o critério utilizado para medir um colégio é sua aprovação nos principais vestibulares. Ai começam surgir a teorias de ensino que não podem ser consideradas ortodoxas. Um colégio tem como característica incentivar a hiperconcorrência entre seus alunos, suas classes são divididas conforme o desempenho dos alunos.
Outra instituição aplica prova quatro dias por semana, e a “teoria” é sustentada pelo seu diretor com o argumento que aluno só estuda em dia de prova. Com esta quantidade absurda de provas o horário de aula deve diminuir, pelo menos eu acho. Na mesma proporção, cresce o estresse, e conseqüentemente, o estudante procura uma válvula de escape para isto. Ai surgem os “parceiros”, álcool, drogas, violência usada como canalizador das frustrações dos resultados não atingidos, e outras coisas mais. Tudo isso depois é bom, pois veja bem, olha pauta do Cidade Alerta sendo cultivada, pois nem só da desgraça do menos favorecidos vive a imprensa marrom.
Com um ensino preocupado apenas com o desempenho das provas, acredito que desapareça o espaço que seria dedicado a discussão, e ao pensamento independente, dando lugar a regurgitação de teorias, que dificilmente serão assimiladas. A decoreba como filosofia de ensino. Uma destas linhas de montagem tem capacidade de comportar em sua esteira até (pasmem) seiscentos alunos! Que profissional da educação consegue atender esta monstruosidade de pessoas? Portando a semelhança com a criação de gado fica clara e provada. Isto para não falar do cursinho que paga para os alunos aprovados no vestibular do ITA.
O que estamos fazendo hoje é substituir o ensino deficitário das nossas escolas públicas e particulares, por uma tentativa de suprir esta educação não assimilada no terceiro grau. Vive-se em um país que temos inúmeros apartheids, sociais, raciais, sexuais e intelectuais. Não temos igualdade de ensino, a ocupação dos bancos em instituições mais qualificadas, deve-se única e exclusivamente a questão monetária de classes mais abastadas, que tiveram condições de fazer o upgrade intelectual em cursinhos, uma vez que as instituições não ensinam o que o vestibular pede. E o vestibular não pede o que a maioria das instituições pedem. Ou seja, quando se chega a um funil destes, esqueça tudo que foi ensinado, pois não serve de nada e aprenda as teorias “afulinatorias” da instituição em que se quer ingressar.
Dica do Português:
Cia. Livre revê Dostoievski
O conto Gaspadín Prokhartchín e excertos da obra do russo Dostoiévski (1821-1881) inspiram a montagem da Cia. Livre "Subterrâneo (ou 2497 Rublos & Meio)". A leitura da peça, sob direção de Vadim Nikitin. O encontro vai reunir nomes Zé Celso, Giulia Gam, Luciano Chirolli, Gustavo Machado, Isabel Teixeira e Marco Antônio Braz. A música, ao vivo, é de José Miguel Wisnik.
Dias: 04/05. às 21:30
Local: Teatro Oficina
Endereço: Rua Jaceguai, 520, Liberdade
Telefone: 11 3104-0678
Ingressos: O valor do ingresso é opcional, o espectador decide quanto vai pagar (não vai chegar lá e pagar R$1,00 né? O Oficina é um dos nossos mais lindo trabalhos, valorize ele, e pague o que acha justo. O Balcão da Padaria sugere R$10,00)
Sítio: como www.teatroficina.com.br
Abraços do português,
Servimos bem para servir sempre, pão quentinho de hora em hora.
E-mail: lgorgueira@hotmail.com
Apenas três deles são públicos, e cada pagina que lia ia surgindo um pesadelo na minha frente, as instituições são verdadeiras linhas de montagem. Aparentemente o ensino, o pensamento livre, e outros “conceitos utópicos” foram deixados de lado, o critério utilizado para medir um colégio é sua aprovação nos principais vestibulares. Ai começam surgir a teorias de ensino que não podem ser consideradas ortodoxas. Um colégio tem como característica incentivar a hiperconcorrência entre seus alunos, suas classes são divididas conforme o desempenho dos alunos.
Outra instituição aplica prova quatro dias por semana, e a “teoria” é sustentada pelo seu diretor com o argumento que aluno só estuda em dia de prova. Com esta quantidade absurda de provas o horário de aula deve diminuir, pelo menos eu acho. Na mesma proporção, cresce o estresse, e conseqüentemente, o estudante procura uma válvula de escape para isto. Ai surgem os “parceiros”, álcool, drogas, violência usada como canalizador das frustrações dos resultados não atingidos, e outras coisas mais. Tudo isso depois é bom, pois veja bem, olha pauta do Cidade Alerta sendo cultivada, pois nem só da desgraça do menos favorecidos vive a imprensa marrom.
Com um ensino preocupado apenas com o desempenho das provas, acredito que desapareça o espaço que seria dedicado a discussão, e ao pensamento independente, dando lugar a regurgitação de teorias, que dificilmente serão assimiladas. A decoreba como filosofia de ensino. Uma destas linhas de montagem tem capacidade de comportar em sua esteira até (pasmem) seiscentos alunos! Que profissional da educação consegue atender esta monstruosidade de pessoas? Portando a semelhança com a criação de gado fica clara e provada. Isto para não falar do cursinho que paga para os alunos aprovados no vestibular do ITA.
O que estamos fazendo hoje é substituir o ensino deficitário das nossas escolas públicas e particulares, por uma tentativa de suprir esta educação não assimilada no terceiro grau. Vive-se em um país que temos inúmeros apartheids, sociais, raciais, sexuais e intelectuais. Não temos igualdade de ensino, a ocupação dos bancos em instituições mais qualificadas, deve-se única e exclusivamente a questão monetária de classes mais abastadas, que tiveram condições de fazer o upgrade intelectual em cursinhos, uma vez que as instituições não ensinam o que o vestibular pede. E o vestibular não pede o que a maioria das instituições pedem. Ou seja, quando se chega a um funil destes, esqueça tudo que foi ensinado, pois não serve de nada e aprenda as teorias “afulinatorias” da instituição em que se quer ingressar.
Dica do Português:
Cia. Livre revê Dostoievski
O conto Gaspadín Prokhartchín e excertos da obra do russo Dostoiévski (1821-1881) inspiram a montagem da Cia. Livre "Subterrâneo (ou 2497 Rublos & Meio)". A leitura da peça, sob direção de Vadim Nikitin. O encontro vai reunir nomes Zé Celso, Giulia Gam, Luciano Chirolli, Gustavo Machado, Isabel Teixeira e Marco Antônio Braz. A música, ao vivo, é de José Miguel Wisnik.
Dias: 04/05. às 21:30
Local: Teatro Oficina
Endereço: Rua Jaceguai, 520, Liberdade
Telefone: 11 3104-0678
Ingressos: O valor do ingresso é opcional, o espectador decide quanto vai pagar (não vai chegar lá e pagar R$1,00 né? O Oficina é um dos nossos mais lindo trabalhos, valorize ele, e pague o que acha justo. O Balcão da Padaria sugere R$10,00)
Sítio: como www.teatroficina.com.br
Abraços do português,
Servimos bem para servir sempre, pão quentinho de hora em hora.
E-mail: lgorgueira@hotmail.com
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