17 novembro, 2006

Zeitgeist*

Hoje fiquei impressionado. Vivemos em uma época de consumo, consumo desenfreado e descabido, diga-se. Compramos tudo, não paramos para analisar a real necessidade, somos tarados em tecnologia. A TV de 42 polegadas é velha perto da de plasma que não funciona direito. O tênis com 12 amortecedores é passado para trás quando o modelo com 16 molas aparece.

Em Nova York, milhares de fãs de videogames formaram filas na manhã de sexta-feira nos Estados Unidos, na esperança de estarem entre os primeiros norte-americanos a comprar o novo console da Sony, o PlayStation 3. Detalhe: Em NY os termômetros marcam agradáveis, -3º, e estes fãs, chegaram a ficar dois dias na fila.

Saindo da cidade favorita do Sinatra e indo para a sufocante Nairóbi, temos a Luta da ministra do meio ambiente, Marina Silva em tentar fazer os países ricos, como o Japão, para onde vai o capital da Sony, em aprovar uma proposta para o pagamento de incentivos aos governos engajados no combate ao desmatamento. De acordo com o plano, as nações em desenvolvimento receberiam recursos internacionais para intensificar a proteção às florestas e diminuir a emissão de gases causadores do efeito estufa. O dinheiro seria proveniente de um fundo voluntário organizado pelos países ricos.

Justo. Somos um país em desenvolvimento. E temos que arcar agora com o processo de não podermos ampliar nosso processo de desenvolvimento, em virtude dos “donos do mundo” terem destruído suas áreas verdes para ampliarem seu poder de dominação econômica, enquanto isso, continuamos sendo colônia, tendo que comprar tudo que vem da metrópole, pois somos impedidos de produzir o que vai satisfazer nosso fetiche pelo moderno.

Este é o nosso Zeitgeist, modernidade, caminhando junto com necessidade de sobrevivência. Tudo isso por que estamos nesta encruzilhada: Desenvolvimento é igual a desaparecimento. Por estas que vou ficar ainda um bom tempo com meu PlaySation2.


Dica do Português:

Maravilhoso curta do diretor Roberto Berliner, As lavadeiras de Almenara, em Minas Gerais, viajam pelo Brasil cantando as músicas que aprenderam com as mães e as avós na beira do rio Jequitinhonha, aproveita que esta no site, e veja os outros vídeos da série.

*Zeitgeist é uma palavra de origem alemã que significa “espírito do tempo” e refere-se as inclinações morais, intelectuais e culturais de uma era. Conceito amplamente trabalhado por meu mestre Luiz Vicente. Mestre, valeu pela inspiração do título e o mundo é grande, uma hora nós encontramos e afinal, você é um Zeitgeist da minha vida acadêmica.

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3 comentários:

Paulo Proença disse...

Pois é meu caro!
Novas tecnologias surgem a cada dia, muitas como dito, com exacerbado fetichismo, que tanto Marx condenou.
É o império azul, vermelho e branco com suas garras a comandar a sociedade do consumo.


Bjo

Anônimo disse...

Não podemos esquecer da vida curta que hoje tem os celulares. Trabalho em shop e supermercados e fico abismada como são trocados a cada dia modelos novos por um que saiu que tem isso ou aquilo. Onde vamos parar, ou melhor, quando a IC vai parar?
bjsss

Anônimo disse...

Tá certo. As cabeças estão sendo reformuladas e se vc não acompanha o processo...Ai, ai, ai...É um estranho no ninho. Mas temos que manter nosso foco. Não nos deixarmos influenciar (é difícil, eu sei). Mas mudando o foco (rs): deu saudades do Luíz e de seus conceitos que ficaram marcados por um longo tempo em nossa mente. Léo, valeu pela lembrança do Zeitgeist. Bjão.