01 julho, 2005

Para de brigar menino!

É, ontem fiquei com isso martelando o dia inteiro na cabeça. É obvio falar sobre futebol, não gosto de levar isto a sério o esporte bretão é a coisa mais importante dentre as menos importantes. Mas faça uma análise. Por que no Brasil temos este ódio pelos argentinos? Não existe uma razão. A rivalidade futebolística tudo bem, é saudável. Mas vendo o “povão” em suas entrevistas na TV ontem vimos um ódio em falar dos hermanos que é lamentável.

Uma das grandes causas da América latina, estar neste lodaçal é esta rivalidade infantil, que vem dos tempos que éramos colônia. Esta rivalidade embutida pelo pai colonizador, em incentivar qual filho é melhor que o outro é prejudicial a todo o continente. Não progredimos, vamos fechar acordos comercias na Europa no oriente médio nos EUA, acordos leoninos, importamos e exportamos pouco dos vizinhos. Este complexo de irmão brigado acaba com um considerável mercado.

Somos vilões no continente, não queremos passar esta imagem mas somos. Exploramos a Bolívia como somos explorados pelos grandes. Roubamos terra boliviana como os EUA tentam roubar a nossa. Reclamamos dos EUA, mas fazemos vista grossa ao nosso próprio defeito.

Sobre a Bolívia ainda, quando teve sua independência reconhecida em o país tinha cerca de 2,3 milhões de quilômetros quadrados. Atualmente, a área total do país não chega a 1,1 milhão de quilômetros quadrados. Graças a Brasil e Chile esta metade de território foi roubada. Graças ao Chile, até hoje na Bolívia existe a curiosa festa em seu calendário que se chama “Dia do Mar”, quando os boliviano nesta data reivindicam de volta sua saída para o mar, perdida para os chilenos no século XIX. O Brasil que já exercia sua posição de líder no continente ignorou esta questão diplomática.

Matamos paraguaios com ajuda de argentinos e uruguaios, mas fomos armados pelos ingleses. Escravizamos bolivianos e peruanos em nossas oficinas de roupas na maior capital da América do sul. Mas fingimos que isto não ocorre. Calamos revoltas sociais, fazendo o serviço sujo que os EUA não querem, tudo por uma cadeira no conselho de segurança. Somos o líder neste continente ao lado de Chile e Argentina. As negociações da infame ALCA hoje estão acontecendo nos bastidores, basta o Brasil falar que não aceita esta nova colonização para que não ocorra. Vamos mais uma vez trair os irmão em busca de promessa de presente do “papai”?

Dica do Português:

Não gosto de dar duas dicas parecidas, mas em vista desta revolta para os hermanos, vão ai três discos de musica latina interessantes que valem serem ouvidos:

1º - Pablo Querido- Pablo Milanês

Pablo Milanés é o fundador do Movimento da Trova Cubana, que é dono de uma das vozes mais versáteis da música latina. Este álbum é uma belíssima coletânea dupla, onde o artista reúne diversos estilos, artes e talentos em duetos que "passeiam" por diversas fronteiras musicais. Dentre as participações especiais estão Milton Nascimento, Caetano Veloso, Ivan Lins, Joaquín Sabina, Charly Garcia, Fito Paez e Gal Costa.

2º - Misa Criolla - Mercedes Sosa

Misa Criolla é o CD de Mercedes Sosa, a cantora argentina considerada porta-voz dos anseios e angústias dos povos latinos. Premiado com o Grammy Latino na infame categoria de "Melhor Álbum Folclórico", o disco conta com dez faixas, entre elas as belíssimas Glória, Sanctus e Los Reyes Magos.

3º - Chan Chan – Buena Vista Social Club

Não faz muito tempo nomes como Compay Segundo, Ibrahim Ferrer, Rubén González, Omara Portuondo e Eliades Ochoa circulavam restritamente entre elites apreciadoras da exuberante música de Cuba. Até que em 1997 o americano Ry Cooder, acompanhado do filho Joachim, empenhou-se numa expedição de resgate desses talentosos veteranos, gravando com eles esta preciosa antologia de canções e ritmos tradicionais, como som, guajira, danzón e bolero.

O cineasta alemão Wim Wenders documentou a gravação do disco e a turnê mundial do grupo e o filme fez aumentar seu sucesso na Europa e Estados Unidos. Cada faixa do CD tem um encanto peculiar e, embora alguns críticos vejam a ação de Cooder como mais uma intromissão de colonizador, os músicos e intérpretes voam livres, com emoção e criatividade. O som Chan Chan, que Francisco Repilado (ou Compay Segundo) compôs com 89 anos, virou uma espécie de credencial do grupo. Seu dueto com Omara em Veinte Años é tocante, assim como González ao piano em Pueblo Nuevo. Quem os viu no Rio e São Paulo em 1999 tem motivos a mais para se arrepiar

Abraços do português,
Servimos bem para servir sempre, pão quentinho de hora em hora.
E-mail: lgorgueira@hotmail.com

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Léo,
passei para uma "visita"...
me diverti com o texto do monteiro Lobato...
bjs